sexta-feira, 6 de março de 2020

Intelectuais bestas


O escritor Milton Hatoum publicou no Estadão o artigo intitulado “Quatro bestas e seus idólatras”, sem citar os nomes de quem estava se referindo, mas não deixando dúvidas sobre os destinatários de suas aleivosias — o presidente da República e seus filhos.
A liberdade para a crítica é uma conquista civilizacional. Porém, a crítica enviesada, desarrazoada e camuflada em um falso intelectualismo é reprovável. É o que me permiti caracterizar na mensagem divulgada após o artigo, no Estadão online.
Que saudade de Sócrates, de sua coragem, da forma ética como viveu. Que saudade de Rui Barbosa, que pelas atitudes e comportamentos, sem jamais se esconder da verdade, apontava o vácuo em que se vivia. 
Que vontade de ter intelectuais que não se escondem nem se acovardam por trás das palavras e tratam da manada dando nomes aos bois. É terrível estar na presença de intelectuais que andam de quatro pés diante do descalabro anterior e são incapazes de nomear os responsáveis pelo que considera o descalabro atual. 
Intelectuais bestas são bestas feras, não é senhor Hatoum?

Minha mensagem foi objetivo de debate entre leitores. Então postei outra mensagem, para um debatedor que, curiosamente, é meu colega de turma da AMAN — o amigo Roldão Jr.
Cidadão Roldão Jr, o senhor se esqueceu de dizer que que o nazismo tem mais semelhanças com o comunismo do que sua vã e ampla cultura imagina. A única grande diferença entre os dois é que o comunismo assassinou mais de 100 milhões de cidadãos do mundo (portanto, socializou o assassinato — é vocação pura) e o nazismo assassinou mais de 6 milhões de alemães e outros. É uma diferença enorme, porém irrelevante se considerarmos o que o poeta britânico John Donne respondeu quando ele próprio se perguntou por quem os sinos dobram: "um pouco de cada um de nós segue junto com quem se vai".
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[Divulgadas no Estadão online de 6/Mar/2020]
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