quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A verdade em marcha

Reproduzo neste blog o texto de um oficial da Força Aérea Brasileira — uma paródia do memorável texto de Émile Zola, formulado por ocasião da injusta condenação do capitão Alfred Dreyfuss, na França — por considerar que ele se constitui em retrato da atual conjuntura brasileira, um dos piores momentos de nossa história.

 

 

Eu acuso

Tenente-Coronel Aviador Kauffmann

Mon devoir est de parler. Je ne veux pas être complice. Mes nuits seraient hantées par le spectre d'un innocent qui expie là-bas, dans la plus affreuse de tortures, un crime qu'il n'a pas commis. — Meu dever é falar. Não quero ser cúmplice. Minhas noites seriam atormentadas pelo espectro de inocente que paga na mais horrível das torturas por um crime que não cometeu.

Nessa véspera de julgamento de colegas de farda e nesse momento em que há tanta gente presa injustamente — jornalistas exilados; congressistas presos; militares presos — sem o rito legal necessário, eu tenho a impressão de que esse texto cabe bem. 

Esse foi o primeiro parágrafo do artigo que Émile Zola, famoso escritor, fez no caso Dreyfuss, na França, quando um oficial do Exército francês foi julgado e condenado injustamente.

É o artigo mais lido na história da França até hoje.

Eu acuso o Governo Federal por ter se desviado de sua missão constitucional de servir a Nação e ao povo.

E o acuso por ter transformado a política em palco de interesses privados e instrumento de poder faccioso.

Eu o acuso por vilipendiar a soberania popular e instrumentalizar as instituições contra a sociedade e reduzir o Estado a uma máquina de perseguições e tráfico de influências.

Eu o acuso por tentar impor pela força, mediante censura e repressão, um regime de inspiração comunista, a um País cuja sociedade é conservadora, religiosa e defensora do livre mercado.

Eu o acuso por alinhar o Brasil no cenário internacional a ditaduras e organizações terroristas, traindo a tradição de nossa política externa de defesa da liberdade.

Eu o acuso por se antagonizar, em primeira hora, com a maior democracia do Ocidente, os Estados Unidos da América, ao lado do qual nossos soldados derramaram sangue na Segunda Guerra Mundial.

Eu o acuso ainda por retirar o Brasil do grupo de nações que repudiam o holocausto judeu, manchando a memória dos mártires da barbárie e negando o valor universal da dignidade humana.

Eu o acuso, enfim, por ter lançado o Brasil à divisão, à miséria moral e ao desprezo de si mesmo.

Eu acuso o Congresso Nacional por sua covardia diante dos abusos, por sua omissão diante da tirania e por sua cumplicidade silenciosa com a corrosão do pacto constitucional.

Eu o acuso por ter se transformado em mercado de interesses, em balcão de trocas e vitrine de vaidades. 

Eu acuso seus parlamentares por renunciarem a virtude republicana, por se curvarem ao cálculo de ocasião quando deveriam ser guardiões da soberania e serem a voz legítima do povo.

Eu acuso o Supremo Tribunal Federal por ter traído sua vocação de guardião da lei. 

Eu o acuso por ter substituído a Constituição por interpretações de conveniência usando a toga como escudo para arbitrariedades.

Eu o acuso por desprezar a letra da lei em favor da vontade pessoal; por transformar a justiça em espetáculo e a jurisprudência em instrumento de poder.

Eu o acuso por ter destruído a confiança do povo na imparcialidade da justiça, reduzindo o direito ao capricho de onze indivíduos.

Eu o acuso pela ruptura da imparcialidade que constitui a essência de todo juiz por condenar cidadãos honestos enquanto absolve e liberta corruptos confessos e por julgar processos de escritórios de seus próprios familiares, despindo-se vergonhosamente da ética e do princípio da suspeição.

Eu o acuso finalmente por vilipendiar a confiança sincera de uma população que enfrenta privações e dificuldades ao se lançar sem pudor, a obscenos, promíscuos e caríssimos convescotes internacionais, patrocinados por empresas que possuem interesses diretos em casos submetidos ao crivo daquela Corte.

Eu acuso os Comandantes Militares por terem confundido disciplina com servilismo, obediência com submissão e honra com silêncio.

Eu os acuso e o Ministério da Defesa por aceitarem o deliberado sucateamento das Forças Armadas e a degradação da capacidade da defesa nacional.

Eu acuso o Comandante do Exército pela perfídia de 9 de janeiro, quando velhos, mulheres e crianças foram enganados sobre a promessa de liberdade e entregues a prisões indignas.

Eu o acuso porque mesmo reconhecendo o erro preferiu proteger o espírito de corpo em vez da dignidade do povo, manchando indelevelmente a honra do Exército de Caxias e de Osório.

Eu o acuso por permitir que seus subordinados fossem acusados de crimes inexistentes, que tivessem seus direitos aviltados por um falso juiz e por permitir que um honrado oficial e sua família fossem torturados psicologicamente até a delação infame.

Eu o acuso por permitir que a farda fosse renegada num processo formal de justiça.

Eu acuso o Comandante da Marinha pela falta de lucidez e pela subserviência vergonhosa ao afirmar que um bêbado delirante, capaz de colocar a Nação contra a maior potência militar do planeta, possui admirável visão estratégica.

Eu o acuso por ter envergonhado a tradição gloriosa da Marinha de Tamandaré e Alexandrino de Alencar, reduzindo-a a adereço de bajulação.

Eu acuso o Comandante da Força Aérea Brasileira por ter obrigado um comandante de unidade a entregar um capacete de piloto de caça, instrumento sagrado de combate a um corrupto condenado.

Eu o acuso por permitir que o comandante de uma de nossas bases aéreas prestasse continência e honras militares a um genocida e narcotraficante internacional.

Eu o acuso por não traçar a linha da dignidade, permitindo que a Força Aérea de Eduardo Gomes e Eduardo Moura fosse reduzida a táxi aéreo e a motivo de chacota nacional.

Eu acuso as elites brasileiras por sua indiferença, por seu apego a privilégios e por sua covardia moral.

Eu as acuso por abandonar a Nação, quando deveriam iluminá-la; e por escolherem alianças de conveniência em vez de compromissos de grandeza.

Eu as acuso por se contentarem com lucros imediatos enquanto o País se dissolve em corrupção e mediocridade.

Eu as acuso por seu cosmopolitismo vazio que fala em democracia enquanto fecha os olhos para a ruína moral, cultural e econômica da Pátria. 

Eu acuso a sociedade brasileira por seu silêncio, sua passividade e sua complacência.

Eu a acuso por se indignarem em breves instantes nas ruas, mas se recolher depois ao conforto da apatia.

Eu a acuso por aceitar a mentira como normalidade, a corrupção como regra e a injustiça como hábito.

Eu a acuso por permitir que o medo se transforme em conformismo e que a liberdade seja trocada por migalhas.

Eu a acuso porque sei que sem verdade não há autoridades, sem justiça não há liberdade, sem honra não há Forças Armadas e sem povo não há Nação.

Eu acuso porque quando o Estado se corrompe, resta o pensamento livre, dizer com voz alta aquilo que todos já pressentem, que a Pátria está sendo traída.

Eu acuso, não para destruir, mas para despertar, porque acusação é também o chamado à consciência.

E só quando a forma e a substância se reconciliarem, quando o Estado voltar a servir a sociedade, e quando a sociedade voltar a exigir dignidade de suas Instituições é que o Brasil reencontrará sua força moral.

La vérité est en marche et rien ne l'arrêtera!

A verdade está em marcha e ninguém a deterá! 

 

 

 

sexta-feira, 29 de agosto de 2025

The trial of former President Bolsonaro – [The New York Times]

In the article "Brazil's Democratic Dilemma: How to Prosecute a President", written by Jack Nicas and Ana Ionova and published in the New York Times, the arguments against former President Jair Bolsonaro and Minister Alexandre de Moraes are so intertwined that they leave a series of questions.

In this sense, the newspaper's opposition to both Mr. Trump and Mr. Bolsonaro prevails over the media's fundamental objective: to convey concrete, accurate, and impartial information so that readers can assimilate and form their own perspectives on the issues at hand.

 

In the United States, Mr. Donald Trump was also accused of attempting to remain in power after losing his reelection bid to Mr. Joseph Biden. Did he, by any chance, attempt a coup d'état? 

Well, when Mr. Bolsonaro was charged with attempted coup d'état, he had left the presidency the previous year and was in the United States. The absurdity of the accusation is the reason why Mr. Trump's administration has now subjected Mr. Alexandre de Moraes, the Brazilian Supreme Court justice leading the case against former President Bolsonaro, to the Magnitsky Act. 

New York Times readers should be given the full information to prove the falsehood of the statement "Many Brazilians — and many Americans watching from afar — see this moment as a triumph of democracy" contained in the mentioned article.

 

[Provavelmente, por contrariar os autores do artigo, o comentário
não foi acolhido e divulgado pelo New York Times]


 

O julgamento do ex-presidente Bolsonaro

No artigo "O Dilema Democrático Brasileiro: Como Processar um Presidente", escrito por Jack Nicas e Ana Ionova e publicado no New York Times, os argumentos contra o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ministro Alexandre de Moraes são tão entrelaçados que deixam uma série de questionamentos.

Nesse sentido, a oposição do jornal tanto a Trump quanto a Bolsonaro prevalece sobre o objetivo fundamental da mídia: veicular informações concretas, precisas e imparciais para que os leitores possam assimilar e formar suas próprias perspectivas sobre os temas em questão.

 

Nos Estados Unidos, o Sr. Donald Trump também foi acusado de tentativa de permanência no poder após a derrota na tentativa de reeleição contra o Sr. Biden. Por acaso, ele fez alguma tentativa de golpe de Estado? 

Ora, quando foi acusado de tentativa de golpe de Estado, o Sr Bolsonaro tinha deixado a presidência no ano anterior, e se encontrava nos Estados Unidos. O absurdo da acusação é a razão pela qual, agora, o governo do Sr. Trump enquadrou o Sr. Alexandre de Moraes, magistrado da Suprema Corte brasileira que conduz o processo contra o ex-presidente Bolsonaro, na Lei Magnitsky. 

Os leitores do New York Times deveriam receber as informações completas para que comprovem a falsidade da afirmação Many Brazilians — and many Americans watching from afar — see this moment as a triumph of democracy”, contida no artigo em tela.

 

 

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

Equação política em 2026

O especialista em assuntos político-militares do Estadão, Marcelo Godoy, fez uma análise do posicionamento do governador Tarcísio de Freitas em relação à família Bolsonaro, trazendo à luz o posicionamento do General Chales De Gaulle em relação ao seu antigo e respeitado chefe, Marechal Pétain, quando este constituiu o governo de Vichy, em associação com os invasores nazistas; e foi confrontado por De Gaulle, daí resultando a condenação de Pétain à morte por traição. 

Godoy deixa entrever que Tarcísio deveria se afastar e até mesmo explicitar críticas a Bolsonaro e demais integrantes de seu clã, como fizera, no passado, De Gaulle com seu ex-chefe, Pétain.

A comparação é descabida. Melhor faria o sábio, se simplificasse a realidade brasileira.

 

A equação política é simples! Tão simples quanto a nuvem que se desanuvia no esparso tempo transcorrido quando se levanta a fronte para observação, depois de abaixá-la. 

Aos candidatos de direita à presidência em 2026, basta que um deles se classifique em segundo lugar no primeiro turno. 

Suponhamos que os candidatos sejam: Tarcísio, Caiado, Ratinho Jr., Temer e outros; e um deles seja o segundo colocado. Nesse caso, o segundo turno será entre o ex-corrupto e o candidato de direita. 

Se as urnas não forem fraudadas, ganha a direita; ganha o Brasil e ganham as futuras gerações.

 


 

 

 

terça-feira, 26 de agosto de 2025

Atributos de ministro da Educação

Em editorial, o jornal Estadão aponta os graves problemas no campo educacional público brasileiro e preconiza mudanças para que o Brasil encontre rumo em sua evolução.

Um ponto de partida para as alterações propostas pelo jornal pode ser a caracterização dos atributos do titular da pasta da Educação federal de tal sorte a buscar a concretização de metas consentâneas com as dimensões geográficas, demográficas e de recursos naturais de nosso grandioso País.

Os atributos cogitados podem — naquilo que couber — ser estendidos para as demais autoridades educacionais, como reitores das universidades públicas, secretários estaduais de educação, diretores de escolas e até professores.

 

Na eleição de 2026, os candidatos à presidência devem se comprometer com prioridade absoluta à Educação, bem como nomear o ministro da Educação com os seguintes atributos: 

– possuir doutorado em universidade de excelência; 

– possuir livros publicados, preferencialmente sobre questões educacionais ou correlatas; 

– ter experiência em gestão pública, comprovada por êxitos na solução de problemas complexos; 

– ter capacidade de diálogo e ser respeitado e acolhido no âmbito da comunidade acadêmica, do empresariado e do meio político; e 

– ignorar, descartar e ser imune a preferências político-ideológicas.

 

Ademais, o intelectual a ser investido na pasta da Educação deve apresentar um planejamento de seu trabalho como titular do ministério, em que constem metas de curto, médio e longo prazos, alicerçadas em avaliação continuada de processos, de pessoas (funcionários, docentes e discentes); bem como premiação e outros estímulos ao sucesso, e 

medidas de correção, aperfeiçoamento e melhoria, nas circunstâncias de não atingimento parcial ou total das metas colimadas.

 

 


  

domingo, 24 de agosto de 2025

Transformação do Poder Judiciário

O ativismo político de integrantes do Supremo Tribunal Federal tem sido considerado até por ministros da egrégia Corte uma “tentação diabólica ou tentação satânica”, o que leva os cidadãos que se alicerçam no bom senso, na razão e na lógica, a preconizar mudanças na estrutura das instâncias judiciais.


Reproduzo pois sugestão apresentada anteriormente, entendendo que não há outra alternativa senão transformar o sistema para a construção de um País melhor para todos.

 

A propósito, é imperioso que o vencedor do pleito presidencial de 2026 proponha ao Parlamento a transformação do Poder Judiciário, de tal sorte a adequá-lo às estaturas políticas, econômicas, geográficas, populacionais e de riquezas naturais brasileiras.

Nesse sentido, uma sugestão é que já conste do rol de promessas do candidato e da respectiva cogitação de Plano de Governo a proposição de uma PEC para a requerida transformação, englobando os seguintes aspectos:

1.      extinção do STF;

2.      criação de um Tribunal Constitucional; e

3 . transferência das atribuições não estritamente constitucionais do atual STF para o STJ;

4.. redução do mandato de membros do Tribunal Constitucional e do novo STJ para 8 anos, não renováveis;

5 . exigência de obrigatoriedade para que magistrados de todos os tribunais sejam nomeados somente se ingressaram na magistratura por concurso público; e

6 . exigência para os indicados para o Tribunal Constitucional e para o novo STJ, tenham sido, durante pelo menos 4 anos, magistrados (a metade do efetivo de cada tribunal), promotores ou procuradores (a outra metade do efetivo de cada tribunal).

Dessa forma, o Poder Judiciário brasileiro atingirá o patamar de seus congêneres dos países democráticos desenvolvidos.

 


 

quarta-feira, 20 de agosto de 2025

Disputas entre americanos e brasileiros

A brasileira-americana Jana Nelson, funcionária do governo americano, fez uma curta análise das pendências entre o presidente Trump e o governo e sistema judicial brasileiro. A senhora Nelson afirmou que “as ações de Trump contra o Brasil deixarão sequelas permanentes, ...”

 

Claro! Essa senhora tem razão!

Jamais será esquecido que o governo Trump — goste-se ou odeie-se — enfrentou a corrupção e os corruptos; a mentira e os mentirosos; a justiça nefasta e os magistrados falsos; e o socialismo e suas inexcedíveis abjeções. Tem gente que gosta, apoia e defende tudo que Trump combate.

Bom, mas, tem pessoas que sentem prazer apanhando — devem ser respeitadas. É a virtude e nobreza da verdade e o preço da liberdade.

 





 

terça-feira, 19 de agosto de 2025

Interesses nacionais

De acordo com os resultados de pesquisa da empresa Quaest, “a maioria dos brasileiros vê Eduardo Bolsonaro atuando por interesses da família e não do Brasil.”

A condução da pesquisa condiciona o resultado. É essencial questionar a narrativa sobre os interesses nacionais, independentemente de se concordar ou discordar do que o deputado Bolsonaro anda fazendo. 

 

A atuação contra os líderes da corrupção e contra aqueles que se associam com os socialistas (que assassinaram 100 milhões de pessoas no mundo) é de elevado interesse do Estado e da Nação, vale dizer, de relevante interesse do povo brasileiro. 

Tem gente que assimila isso com rapidez; tem gente que demora um pouco; e tem aqueles que jamais perceberão, seja por limitação intelectual, seja por canalhice e doença ideológica pura e simples.